domingo, 27 de setembro de 2009

DESEJOS DE ACALANTOS

Música que arrebata a alma num coração de pedra e sal
Sempre essa muralha a pertencer ao esquecimento de sonhar
Quero o êxtase de alma que flutua, coração no pensamento,
Tilintar de sinos ao vento, a gente rodopiando no tempo...

Sempre esta dádiva acorrentada? Regalo de leite ao léu?!
Quero o céu das virtudes boas em volta do meu ser,
Numa dança leve de entorpecer... As más vizinhas nas entrelinhas
Podem gozar os momentos-pãs! Nada é errôneo ou desonesto

Quando o gesto é cálido... morno... implorante de sussurros sãos!
Estou ávida de amores-flores, bênçãos-rios, areias-luares!
Quero pares de idéias, ventos, pensamentos-pássaros!
Boca transparente de corações e línguas estrangeiras...

Só quero a vida-verso que ecoa por trás das fontes
O rio-vida que permeia por baixo das vazantes frias
A semente-terra que habita meu delicado ser exótico!
Imploro-te por Galileus e Galiléias, terras em promessas de Avatáres!

Sou a nua lua do teu pensamento-flor e é no licor que habita meu sangue,
Que o delicado veneno de estrelas fabrica a seiva que me cobre...
Me descobre desse manto feito de pecados duros, cartolas ao vento,
Quero o alento puro de almas que se piscam, ruborizadas pelos segredos compartidos!

Ah, terna manhã de alma... Me beije o ar que me falta quando murmuro meus desejos de acalantos
Sou o branco dessa névoa que me cobre, a canastra de Pandora com seu segredo de estrelinhas...
Meu pensamento é o néctar de minha língua peregrina, a romaria dessa aventura sem enredos,
Mas de sinas, boas de cantar... Meu lar é esta terra que cobre rios, os navios são as estradas,
Por onde de pés descalços me banho na certeza de um sonhar!

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