ESCADA POÉTICA
Abro o livro guardado na estante
Não sei se vim pra contar
nestas linhas invertidas
Sou uma artesã do tempo
Esculpo o meu futuro em agoras
Sempre fui infância e risos
mesmo quando do choro a canção se fez
Calma inquieta
Brancura escura
No meu caminho bordado a rosas
encontro iguais
Pegadas de alcova nos degraus da igreja
Talvez eu te conte nestes versos
as incertezas que eu trago
Às vezes é possível vestir palavras
Outras vezes só o silêncio nu
Entre linhas apagadas
um destino se refaz
peço desculpas ao leitor que não sofre
Sou a fornecedora
entregando as pétalas das teclas
A nau segue por suas veias
Tingindo-as de céu estrelado
A aventura é toda esta fase
de frase a se desenhar!