sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

ESCADA POÉTICA

Abro o livro guardado na estante
Não sei se vim pra contar
nestas linhas invertidas
Sou uma artesã do tempo
Esculpo o meu futuro em agoras
Sempre fui infância e risos
mesmo quando do choro a canção se fez
Calma inquieta
Brancura escura
No meu caminho bordado a rosas
encontro iguais
Pegadas de alcova nos degraus da igreja
Talvez eu te conte nestes versos
as incertezas que eu trago
Às vezes é possível vestir palavras
Outras vezes só o silêncio nu
Entre linhas apagadas
um destino se refaz
peço desculpas ao leitor que não sofre
Sou a fornecedora
entregando as pétalas das teclas
A nau segue por suas veias
Tingindo-as de céu estrelado
A aventura é toda esta fase
de frase a se desenhar!

VERSOS NINFOS

Sento a beira do caminho
Como quem rega uma rosa e seus espinhos,
Contemplo cada pegada trilhada
Numa estrada em marcha ré.
Onde a curva me levava ao infinito?
Lembro teu rosto e a melodia doce
Que entoava um mistério...
Passeio entre falsas pistas,
Sopro a poeira de tuas crinas,
Abro o livro guardado na estante:
Meu nome indica uma chegada.
Chove nesse dia quente
Onde minha cabeça entorpecida
Se mareia nas lembranças.
Sem sentido teu abraço me envolve
E era vazia a tua presença.
Não sei se vim pra contar
Ou omitir nestas linhas invertidas,
Mas agora choro sem saber por quê.
Você é a desculpa de sal que acaricia minha fronte
Mas a fonte de meus versos é bem mais antiga.
Se me perco ou me encontro, perdão é o que peço,
Minha língua ainda é ninfa neste chão...